Por conta do Dia Mundial do Rim, celebrado neste ano no dia 9, o mês de março é marcado por diversas ações de conscientização sobre a saúde renal. Entretanto, os cuidados com este órgão tão fundamental para a saúde devem ser realizados o ano inteiro, com regularidade, especialmente por pessoas que têm doenças crônicas como o diabetes.
Segundo o Ministério da Saúde, a insuficiência renal é responsável pela morte de 2,4 milhões de pessoas por ano no mundo e atinge 10 milhões de pessoas no Brasil2. Já o diabetes, de acordo com a International Diabetes Federation, atinge 537 milhões de adultos e, no Brasil, chega a 16,8 milhões de casos (cerca de 7% da população).
Dados da literatura médica indicam que pessoas com histórico familiar para doença renal ou que apresentam hipertensão arterial ou diabetes mal controlado têm maior probabilidade de desenvolverem insuficiência renal crônica.
Quase um terço (32%) das pessoas que vivem com diabetes no Brasil não tem diagnóstico. Quando o diabetes não é detectado ou é tratado de forma inadequada, as pessoas com a doença correm o risco de complicações graves como a insuficiência renal, entre outros, que resultam na redução da qualidade e expectativa de vida e maiores custos com a saúde.
“A insuficiência renal pode ocorrer em aproximadamente um terço das pessoas com diabetes mal controlado. O importante é ter um bom acompanhamento médico para entender qual a probabilidade do paciente apresentar insuficiência renal e outras complicações, como doenças cardiovasculares. Hoje, há muitos tratamentos eficazes e seguros, e o paciente precisa sempre definir com seu médico qual a melhor opção para manter o diabetes controlado. Esses cuidados resultam em uma melhor qualidade de vida e também em menores gastos futuros com complicações da doença, inclusive, na saúde pública”, diz Priscilla Mattar, médica endocrinologista e diretora médica da Novo Nordisk.
O custo dos gastos com saúde relacionados ao diabetes no Brasil é o terceiro maior do mundo, com US $ 42,9 bilhões. Além disso, 18 milhões de adultos brasileiros (11,9%) têm tolerância diminuída à glicose, o que os coloca em alto risco de desenvolver diabetes tipo 2, segundo a Federação Internacional de Diabetes (2021).
A baixa quantidade de diagnósticos se deve a diversos fatores, entre eles a falta de sintomas no início da doença. Tanto o diabetes, quanto a doença renal são silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas ao longo de um determinado tempo. E, quando apresentam, já podem estar em um estágio mais avançado. Por isso, o acompanhamento médico regular é tão importante para o controle do diabetes e prevenção de suas complicações.
Além do controle da glicemia, a função renal também deve ser avaliada periodicamente para evitar a chamada nefropatia diabética, que inicialmente provoca alterações hemodinâmicas mas, se não tratada, pode evoluir para diálise. Atualmente, o diabetes é um dos principais motivos de doença renal no Brasil.
Sintomas do diabetes e da doença renal
Em estágio mais avançado, o diabetes pode apresentar sintomas como náusea e vômitos, aumento da sede, aumento da frequência urinária, perda de peso, fraqueza e fadiga. Já a doença renal, além dos sintomas citados, pode causar também mudanças na coloração da urina ou na quantidade produzida, retenção de líquidos, inchaço nas pernas, tornozelos ou pés. Ao apresentar algum desses sintomas de forma persistente, é importante consultar um médico. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de evitar estágios mais avançados da doença que comprometam seriamente a vida.
Prevenção da doença renal causada por diabetes
Quem tem diabetes precisa manter um bom controle da glicemia para reduzir o risco de evoluir com nefropatia diabética. É importante fazer exames da função renal ao menos uma vez ao ano e controlar a pressão arterial. Além disso, deve manter uma dieta adequada, realizar exercícios físicos regularmente, evitar bebidas alcoólicas e cigarros.